27 de mai. de 2011

Filho do nada

Mundo mundo vasto mundo,
Mais vasto é esse sofrimento imundo.

Pôs-se a pensar na vida, em como tudo passava-se tão rápido, como um terço de tudo foram-se em insignificância de tempo e refletiu sobre a insignificância dos terços vindouros. Sentia a morte em vida, nada que fizesse alteraria o fato de que em instantes a entropia desagregaria seu corpo.

Começou a pensar em como algumas pessoas marcam seus nomes no tempo em tão breve instante existencial. Mas do que isso importa? Que importa pro gênio que morreu sua genialidade rememorada? Nem o verme do verme que serviu-se do pasto pútrido esta mais feliz por isso. Mesmo a felicidade, do verme ou das pessoas, pouco importa, logo o corpo que abriga o espírito feliz também se desfaz.

Sentiu um estranho desprezo em pensar demais, desprezo em realizar esforços para compreender qualquer coisa já que o monstro devorador é invencível, e tanto mais humilhante a derrota certa quanto mais esforços se faz por vencer. Então chorar seu fim e aguardá-lo em vida medíocre lhe pareceu o mais digno a ser feito, a morte derrotaria um débil e não um herói, haveria menos tragédia.